segunda-feira, 24 de agosto de 2015

E tem gente que se acha...

Resumo do capítulo "E tem gente que se acha...", do livro "Qual é tua obra?", de Mario Sergio Cortella.

Nesse capítulo, Cortella (2010) irá fazer uma crítica àqueles que possuem um emprego mais valorizado pela sociedade e, por isso, se acham seres humanos superiores. Para essas pessoas, é comumente associada a frase "você sabe com quem está falando?".
Para responder à essa arrogante pergunta, Cortella busca na ciência o embasamento necessário para fundamentar a sua resposta.
Após uma reflexão sobre o universo, a variedade de galáxias, planetas e tipos de vida, o autor consegue elaborar a seguinte resposta:
"Você é um entre 6,4 bilhões de indivíduos, pertencente à uma única espécie, entre outras três milhões de espécies classificadas, que vive num planetinha, que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer".
O autor finaliza o capítulo, de forma irônica, afirmando que toda vez que alguém lhe pergunta: "Você sabe com quem está falando?", ele responde: "Você tem tempo?".

Referências:


CORTELLA, M. S. Qual é tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. p. 17-22. 11º ed. Petrópolis - RJ. Vozes. 2010.

domingo, 16 de agosto de 2015

Atividade de Planejamento Tributário

O adquirente de estabelecimento comercial possui responsabilidade solidária pelo cumprimento de obrigação referente à dívida tributária?




1. Em que consiste a aquisição de um estabelecimento empresarial/comercial ou fundo de comércio?

Consiste no processo de compra, venda, doação ou dação em pagamento, do fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, por pessoa jurídica ou natural.

2. Há, nessas hipóteses, ao adquirente, responsabilidade tributária por sucessão?

Sim, caso o adquirente continue na exploração sob a mesma ou outra razão social ou firma individual, respondendo como sucessor dos tributos devidos até a data da aquisição.

Caso o alienante prosseguir na exploração ou inicia, dentro de 6 meses, nova atividade no mesmo ramo ou em outro ramo de comércio, indústria ou atividade, a responsabilidade do adquirente passa a ser subsidiária. Por exemplo: o alienante iniciou uma nova atividade, possui dívida tributária de R$100.000 e pagou R$80.000, os R$20.000 restantes serão cobrados do adquirente.

Referências:


CONTABILIDADE e planejamento tributário. Disponível em: <http://www.fsanet.com.br/arquivo/curso/contabilidade-e-planejamento-tributario>. Acessado em 17/08/2015.

FABRETTI, L.C.; FABRETTI, D.R. Direito Tributário para os cursos de Administração e Ciências Contábeis. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2013.

Tripalium versus poiesis

Resumo do capítulo "Tripalium versus poiesis", do livro "Qual é tua obra?", de Mario Sergio Cortella.

Segundo Cortella (2010), a palavra "trabalho" tem origem na palavra "tripalium", um instrumento de tortura medieval. Além disso, a sociedade ocidental herdou muitos aspectos da cultura greco-romana, sociedade escravota. Por isso, hoje em dia o trabalho ainda é visto como algo inferior em nossa sociedade.

No período feudal a ideia de escravo é substituída pelo conceito de servo, mas ainda é presente o aspecto de dependência. A economia baseada no escravagismo é transferida para o países colonizados pelos Europeus, como o Brasil e Estados Unidos, por exemplo.

O judaísmo por sua vez traz a concepção religiosa do trabalho, que acaba reforçando a ideia de "castigo", uma forma de "pagar por seus pecados".

Na filosofia, o trabalho manual também é mal visto. Platão desprezava o trabalho manual e acreditava que pintores, escultores, escravos e qualquer um que realizasse trabalhos manuais eram inferiores. O homem, sendo um animal racional, conforme afirmou Aristóteles, deveria focar no trabalho intelectual em detrimento do trabalho manual. Reforça-se o conceito de inferioridade atribuído ao trabalho manual.

O mundo medieval teocentrista reforça os papéis de senhor e servo. O mundo capitalista, criticado por Marx, se divide em patrão e empregado. No Brasil, até hoje não superamos a cultura escravagista. Cortella (2010) cita o exemplo quando nossos pais querem nos motivar nos estudos: "se você não estudar, você não será ninguém na vida, será um faxineiro", reforçando a ideia de que o trabalho manual é inferior e humilhante.

A religião protestante luterana e calvinista, por sua vez, trata o trabalho como uma continuidade da obra divina. O trabalho, como forma de acumulação de riqueza, é bem visto.

O trabalho castigo ainda persiste até os dias de hoje. O autor crítica o pensamento comum que muitos citam: "quando eu parar de trabalhar...". Não se para de trabalhar, nunca. "Eu  me vejo naquilo que faço, não naquilo que penso" (CORTELLA, 2010, p. 20).

Cortella (2010) traz então um novo conceito de trabalho: labor, do latim, assemelhando-se à obra, ou poiesis, conceito grego para tratar de sua obra, aquilo que você faz, que você produz. O seu trabalho é a sua criação, onde você se vê, se constrói e cria seu próprio mundo.

Se você não consegue se ver em seu próprio trabalho, você cairá naquilo que Marx chamava de alienação, ou seja, você fica alheio ao que está produzindo, aquilo não lhe pertence.
Trabalho exige reconhecimento, se você não se reconhece naquilo que faz, está sujeito às alienação, ao estresse.

Qualidade de vida em uma empresa ocorre quando o trabalho não é alienado, o resultado aparece. Trabalho sem resultado, sem reconhecimento, não é trabalho, é alienação.

Veja o bombeiro, por exemplo, que realiza um trabalho que poucos gostariam de realizar, a um salário baixo, mas que mesmo assim volta para casa todos os dias realizado: porque ele se vê naquilo que faz, está feliz com o resultado de seu trabalho, sua obra, sua poiesis.

Referências:


Fotografia | Blog do orangotando. Disponível em: http://www.orangotangoloja.com.br/blog/?tag=fotografia. Acesso em: 17/08/2015.

CORTELLA, M. S. Qual é tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. p. 17-22. 11º ed. Petrópolis - RJ. Vozes. 2010.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Projeto do Produto e Seleção de Processos

Projeto do Produto e Seleção de Processos (Bens e Serviços)


Fases do desenvolvimento de um produto

De acordo com Corrêa (2013), há 6 fases de produto:
  1. Desenvolvimento do conceito;
  2. Planejamento do produto;
  3. Produto;
  4. Processo;
  5. Produção piloto;
  6. Crescimento de produção.

Voz do cliente e QFD (Desdobramento da Qualidade)

Desdobramento da Qualidade, ou QFD - Quality Function Deployment, é uma abordagem para que a voz do cliente seja refletida no projeto de produto.
Possui 4 etapas:
  1. Definir os requisitos do cliente através de pesquisa de mercado;
  2. Relacionar os requisitos com as características técnicas;
  3. Ranquear as características técnicas com base nos pesos dos requisitos;
  4. Definir valores-meta para as especificações técnicas.

Projeto para manufatura

A lógica de "projeto para manufatura" deve seguir dois princípios básicos:
  • Simplificação;
  • Padronização.

Análise e engenharia de valor

São usadas para avaliar o valor dos diversos componentes de um produto aos olhos do cliente final.
  • Análise de valor: produto existente;
  • Engenharia de valor: produto ainda em fase de projeto.

Ciclo de vida do produto

São quatro fases:
  1. Introdução no mercado;
  2. Crescimento de volume;
  3. Maturidade;
  4. Declínio.

Tipos de processo produtivo

Aspectos que diferenciam os processos produtivos:
  • Volume de fluxo processado (baixo/alto);
  • Variedade de fluxos processados (alta/baixa);
  • Recurso dominante (pessoas/tecnologia);
  • Incremento de capacidade (graduais/em grande degraus)

Matriz produto-processo em operações fabris

Figura

Processo por tarefa (Job Shop)

Produção: pequenos lotes;
Variedade: grande variedade de produtos;
Roteiros de fabricação: sequência variada de etapas do processo produtivo;
Arranjo físico: funcional ou por processo;
Conexão entre centros produtivos: não há conexão;
Grupo de trabalho: polivalente.

Processo em lotes (Batch)

Produção: lotes médios;
Variedade: variedade média de produtos;
Arranjo físico: funcional ou por processo;
Grupo de trabalho: especialização.

Processo em linha

Produção: larga escala;
Variedade: pouca variedade de produtos;
Roteiros de fabricação: rígida sequência de etapas do processo produtivo;
Arranjo físico: funcional ou por processo;
Conexão entre centros produtivos: estações conectadas umas às outras;
Grupo de trabalho: especializado.

Processo em fluxo contínuo

Diferencial: estoque baixo ou inexistente;
Produção: larga escala;
Variedade: pouca variedade de produtos;
Roteiros de fabricação: rígida sequência de etapas do processo produtivo;
Arranjo físico: funcional ou por processo;
Conexão entre centros produtivos: estações conectadas umas às outras;
Grupo de trabalho: especializado.

Tecnologia hardware em processos fabris

  • Máquinas de controle numérico (CNC);
  • Machining centers;
  • Robôs industriais;
  • FMS (flexible manufacturing system);
  • AGV (automatically guided vehicles).

Tecnologia software em processos fabris

  • CAD (computer-aided design);
  • AMPCS (automated manufacturing planning and control systems);
  • CIM (computer-integrated manufacturing).

Matriz produto-processo em operações de serviço

Figura

Serviços de massa

Grande número de clientes atendidos por dia em unidade típica, de forma padronizada.

Serviços profissionais

Prestados de forma completamente customizada.

Serviços de massa customizados

É um serviço de massa que, através da tecnologia, consegue oferecer uma experiência mais personalizada ao cliente.

Serviços Profissionais de massa

Serviços de natureza personalizada mas que, ao serem realizados em grande quantidade, se tornam um serviço especializado de massa.

Loja de serviços

Está no centro da matriz e mescla características das categorias acima.

Análise de processos

"É uma ferramente para avaliar uma operação em termos da sequência de passos desde os recursos de entrada no sistema até as saídas, com o objetivo de definir ou melhorar seu projeto". (CORRÊA, 2013, p. 251)

Reengenharia de processos

Metas e objetivos: estabelecer objetivos e metas de desempenho para o novo processo;
Mapa de processo de alto nível: ferramenta que traz apenas os principais blocos agregados de atividades do processo.
Outros princípios da reengenharia de processos:
  • organizar em torno de saídas, não de tarefas;
  • capturar informações na fonte;
  • centralizar recursos usando tecnologia da informação;
  • conectar subprocessos paralelos em vez de integrar seus resultados num passo separado;
  • projetar processos de forma que o trabalho seja feito certo de primeira;
  • remover a complexidade, exceções, autorizações e casos especiais;
  • identificar alavancas de tecnologia de informação;
Mapa detalhado do processo: criar após o conceito geral;
Estudo piloto do novo processo: testar e melhorar em escala pequena antes da implantação completa;
Implantação: atenção aos aspectos humanos da implantação, pois pode haver resistência.

CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A.; Administração de produção e de operações. 2ª Ed. São Paulo: Atlas. 2013.